Uso da música auxilia na reabilitação da audição e no desenvolvimento da fala
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente 360 milhões de pessoas no mundo sofrem de algum tipo de surdez, dentre elas 32 milhões são crianças. Há níveis variados de perda de audição e para cada um deles há uma solução específica. Para os casos leves, são indicados os aparelhos auditivos tradicionais, que têm a função de amplificar os sons do ambiente, mas em casos de surdez profunda são indicados os implantes cocleares, que têm como objetivo, proporcionar aos indivíduos implantados a sensação auditiva mais próxima da audição fisiológica.
Como funcionam os implantes cocleares?
De acordo com a fonoaudióloga da Easy Care Saúde, Dra. Isabelle Dantas Cabús, o implante coclear é um dispositivo inserido através de cirurgia, com a função de estimular o nervo auditivo e simular as sensações sonoras. Ele é composto de dois sistemas principais: sistema interno, formado por um receptor, e um conjunto de eletrodos que ficam posicionados dentro da cóclea e são implantados na região atrás da orelha (por baixo da pele), assim, o estímulo é percebido pelo cérebro como som. Existe ainda um sistema externo, que é composto por um processador de fala, uma antena transmissora e um microfone.
O implante coclear ajuda a melhorar os níveis de audição, contribuindo assim para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Além de ajudar na autoestima e confiança, proporcionando um melhor desempenho na comunicação e nas relações com o meio social, que prioriza a língua oral, explica a Dra. Isabelle Dantas Cabús.
Impacto da musicoterapia na qualidade da audição
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Aalborg, na Dinamarca, estímulos da audição e da fala podem ser exaltados com ajuda da música, principalmente em crianças implantadas.
Para a Dra. Isabelle, a música tem a capacidade de despertar sensações, reações e sentimentos e cada um desenvolve o seu ritmo interior através da música. Esse ritmo é desenvolvido e estimulado em pessoas que apresentam dificuldades sensoriais, motoras, visuais, auditivas, físicas e psicológicas através da musicoterapia.
A técnica pode ajudar pacientes implantados a estimularem a comunicação não-verbal, por meio de sua intensidade, ritmo, melodia, letra, timbre e harmonia. “Os elementos musicais ajudam na estimulação e no desenvolvimento da percepção auditiva”, reforça a profissional da Easy Care Saúde. A musicoterapia desenvolve também habilidades auditivas como a detecção, discriminação, identificação de elementos musicais.
A fonoaudióloga completa que usuários de aparelhos convencionais também podem ser auxiliados com a musicoterapia. “Ela pode ajudar no processo de aquisição, desenvolvimento e reabilitação da fala, visto que ela desenvolve as habilidades de identificação e discriminação auditiva, elementos que favorecerão o desenvolvimento da consciência fonológica do paciente.” Para obter melhoria na qualidade de vida e interação social, recomenda-se, no mínimo, uma sessão por semana, observando cada caso.
